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REVISTA

SESI/SENAI

EDUCAÇÃO

GENTILEZA: UMA

ARTE NECESSÁRIA

T

ratar os outros como gostaríamos de ser tra-

tados: o que sempre foi um princípio básico

da convivência corre o risco de se tornar uma

prática tão ultrapassada quanto dançar o mi-

nueto, convocar um desafeto para um due-

lo ou bordar o próprio enxoval. Andamos tão

desatentos uns com os outros que os comportamentos

gentis, que deveriam ser a regra, estão virando exceção.

O consultor Max Gehringer diz que hoje nós saímos de

casa mais preparados para um assalto do que para um

sorriso. Em um mundo onde se trata bem só a quem inte-

ressa, alguém que nos sorri gratuitamente desperta nos-

sa desconfiança.

Celulares que tocam em cinemas, salas de aula e veló-

rios, festas que atravessam a madrugada e acordam os vi-

zinhos, agressividade no trânsito, a incapacidade de dizer

“bom-dia” a um colega de trabalho ou de agradecer um

favor, a desenvoltura para furar a fila do banco: os exem-

plos de falta de gentileza são infinitos e, o que é pior, esta-

mos nos acostumando a eles como se fossem inevitáveis

no nosso cotidiano. No mundo do estresse, muitos acham

que ser mal-educado não é tão grave assim. “O estresse

virou a desculpa universal para os comportamentos in-

desculpáveis”, afirma P. M. Forni, da Universidade Johns

Hopkins, que entrevistei nos Estados Unidos.

©FRANCKREPORTER/ISTOCKPHOTO