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REVISTA

SESI/SENAI

EDUCAÇÃO

Professor de literatura, ele criou na universidade um núcleo

de pesquisa e ensino voltado para a civilidade e seu papel

na sociedade contemporânea. P. M. Forni argumenta que

gentileza é qualidade de vida e explica por quê: segundo ele,

viver é conviver – nós interagimos uns comos outros o tempo

todo –, e a qualidade da nossa convivência com as pessoas

define, em grande medida, a qualidade de nossas vidas. Ela

é tão importante quanto nossas horas de sono, nossas ca-

minhadas, nossa alimentação. Por isso, saber se relacionar

é fundamental. Quando aprendemos a nos colocar no lugar

do outro e a tratá-lo com delicadeza e consideração, a possi-

bilidade de termos relacionamentos de qualidade aumenta.

Com isso, também cresce nossa qualidade de vida.

P. M. Forni cita dados curiosos de duas pesquisas. O primei-

ro é que funcionários tratados de forma injusta e grosseira

por seus chefes têm 30% mais de chance de contrair doen-

ças cardiovasculares. O segundo é que, nos CTIs de hospi-

tais onde impera a cultura da falta de educação, as taxas

de mortalidade são mais altas. Ou seja, quando falamos em

gentileza, estamos falando de algo que pode afetar inclusi-

ve nossa saúde – física e emocional. “São as águas da deli-

cadeza / que movem o mundo”, diz um poema de Roseana

Murray. Ser gentil, em última instância, é tornar o mundo

mais habitável. Com isso, claro, saímos todos ganhando.

CRÔNICA

Leila Ferreira*

*Jornalista