Background Image
Previous Page  65 / 66 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 65 / 66 Next Page
Page Background

CASO DE SUCESSO

65

REVISTA

SESI/SENAI

EDUCAÇÃO

CRÔNICA

Jacir J. Venturi*

A ARANHA, O GAFANHOTO E O CAMALEÃO

A aranha, o gafanhoto e o camaleão habitavam o aprazível bos-

que da cidade. Conviviam a uma distância razoável, pois, recipro-

camente, temiam as artimanhas que sempre eram recorrentes.

A aranha foi a primeira a urdir:

― Meu caro gafanhoto, sejamos previdentes e cuidadosos! O ca-

maleão é o rei dos disfarces, muda de cor, e a gente nem percebe.

― É mesmo! ― Completa o gafanhoto. Ele fica nos troncos das ár-

vores com cara de boisonso e é só passar por perto que ele estica

aquela língua imensa e... crau!

― Sim, companheiro, sempre alerta! ― Continua a aranha. ― Eu

passo o dia fiando, mas é um olho na teia, o outro no camaleão.

Você sabe, o seguro morreu de velho. Precaução e caldo de gali-

nha não fazem mal a ninguém, dizia a minha avó.

― Belos conselhos, dona Aranha. Esse camaleão é o mestre da

desfaçatez, é o rei da dissimulação.

― Vá por mim! Dificilmente eu me engano! E tem mais ― disse a

aranha sussurrando. O camaleão tem uma armadilha mortal. Che-

gue mais perto, meu caro amigo gafanhoto, que eu lhe contarei.

Ingenuamente, o gafanhoto se aproxima e se enrosca todo na

teia. Diante da morte certa, fica a pensar o quanto foi bobo em

confiar na ardilosa aranha.