CASO DE SUCESSO
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REVISTA
SESI/SENAI
EDUCAÇÃO
CRÔNICA
Jacir J. Venturi*
A ARANHA, O GAFANHOTO E O CAMALEÃO
A aranha, o gafanhoto e o camaleão habitavam o aprazível bos-
que da cidade. Conviviam a uma distância razoável, pois, recipro-
camente, temiam as artimanhas que sempre eram recorrentes.
A aranha foi a primeira a urdir:
― Meu caro gafanhoto, sejamos previdentes e cuidadosos! O ca-
maleão é o rei dos disfarces, muda de cor, e a gente nem percebe.
― É mesmo! ― Completa o gafanhoto. Ele fica nos troncos das ár-
vores com cara de boisonso e é só passar por perto que ele estica
aquela língua imensa e... crau!
― Sim, companheiro, sempre alerta! ― Continua a aranha. ― Eu
passo o dia fiando, mas é um olho na teia, o outro no camaleão.
Você sabe, o seguro morreu de velho. Precaução e caldo de gali-
nha não fazem mal a ninguém, dizia a minha avó.
― Belos conselhos, dona Aranha. Esse camaleão é o mestre da
desfaçatez, é o rei da dissimulação.
― Vá por mim! Dificilmente eu me engano! E tem mais ― disse a
aranha sussurrando. O camaleão tem uma armadilha mortal. Che-
gue mais perto, meu caro amigo gafanhoto, que eu lhe contarei.
Ingenuamente, o gafanhoto se aproxima e se enrosca todo na
teia. Diante da morte certa, fica a pensar o quanto foi bobo em
confiar na ardilosa aranha.