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REVISTA
SESI/SENAI
EDUCAÇÃO
ENTREVISTA
Como a tecnologia pode ser usada, em sala de aula,
para contribuir na melhora da educação brasileira?
Ainda não há nenhuma intervenção tecnológica, que
eu conheça, que tenha impacto comprovado sobre a
qualidade do ensino. Seu impacto está muito mais rela-
cionado ao marketing da escola do que à qualidade do
ensino. A melhor tecnologia em sala de aula ainda é o
cérebro do bom professor.
O que mais te chamou a atenção no modelo de
educação de Xangai?
Como eles conseguiram, engenhosamente, suprir os
problemas de falta de qualidade do ensino com quanti-
dade. O país ficou arrasado pela Revolução Cultural que
aconteceu de 1966 a 1976; as universidades e o Mi-
nistério da Educação passaram essa década fechados.
A China precisou construir um sistema educacional de
ponta sem ter gente qualificada para isso. Então, como
resolveram? Trabalhando muito, muito, muito. Criando
um sistema de acompanhamento permanente, tanto
de alunos quanto de professores. Criando um sistema
competitivo que obriga tanto o aluno quanto o professor
a se aperfeiçoarem constantemente. E hoje, de acordo
com o último Pisa, Xangai tem um nível de educação
que não apenas é do mesmo nível dos países desenvol-
vidos, mas muito melhor: é o melhor sistema educacio-
nal do mundo. Uma grande lição para o Brasil.