Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 3 | nº 28 | novembro 2018

com estrutura de produção como a do Brasil”, pontua o presidente da Asso- ciação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pi- mentel. “Não há nenhuma razão para que o Brasil faça um movimento des- ses fora da agenda de acordos. O ca- minho da abertura é inexorável, mas pela via de acordos comerciais com as legítimas contrapartidas. Nenhum país se descuida de seu quintal.” Na indústria, há um crescente dé- ficit no comércio de produtos manu- faturados. No caso do setor têxtil, a ABIT aponta que as importações do setor cresceram 13,9%, entre janei- ro e setembro deste ano, em rela- ção ao mesmo período do ano pas- sado. O dado, aliás, segue tendência da pauta de produtos manufaturados. Segundo dados oficiais da balança comercial, as importações de manu- faturados cresceram 22,1% em va- lor, enquanto as exportações apre- sentam queda de 8,9%, no mesmo comparativo. Os dados do comércio exterior brasileiro reforçam sua vulnerabili- dade, devido às deficiências compe- titivas internas. Embora seja a nona maior economia, segundo o Fun- do Monetário Internacional (FMI), o Brasil é apenas o 26º maior exporta- dor mundial, com 1,2% do valor em- barcado. Além disso, os anos recen- tes mostram que, mesmo sem abrir a economia, a presença de produtos importados cresce, enquanto a par- ticipação das exportações na produ- ção da indústria recua. “É a estrutura tributária brasi- leira que prejudica a competitivida- de brasileira. A abertura unilateral vai prejudicar a produção nacional e gerar desemprego. E fica a pergun- ta: a abertura vai me ajudar a ex- portar? Para isso, é preciso também uma agenda ambiciosa de acordos comerciais, que abram mercados para produtos brasileiros”, questiona o gerente-executivo de Assuntos In- ternacionais da CNI, Diego Bonomo. 1º NOVA ZELÂNDIA 2º CINGAPURA 3º DINAMARCA 4º HONG KONG 5º COREIA DO SUL 46º CHINA 54º MÉXICO 56º CHILE 77º ÍNDIA 109º BRASIL PAÍSES QUE FAVORECEM OS NEGÓCIOS NUM PAÍS EM QUE AS CONDIÇÕES NÃO SÃO FAVORÁVEIS AOS INVESTIDORES, UMA ABERTURA RÁPIDA PODERIA SER FATAL EM VÁRIOS SETORES ECONÔMICOS Fonte: Banco Mundial OUTUBRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 21

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