Revista Indústria Brasileira

28 Revista Indústria Brasileira ▶ mês 2020 ▼ Agenda Legislativa Anos 1980 A primeira geração permitia apenas ligações telefônicas (voz) A segunda geração combinava ligações telefônicas e o envio de mensagens de texto (SMS) em até 64 kbit por segundo 1G Anos 1990 Acesso à internet, com navegação na web, uso de e-mail, download de vídeos, compartilhamento de imagens e outros recursos presentes nos smartphones, numa taxa de 2 mbit por segundo Anos 2000 As cinco gerações de dados móveis 2G 3G Por todas essas características, o ad- vento da rede 5G é um marco na quarta revolução industrial. Segundo Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira de Desen- volvimento Industrial (ABDI), a tecnologia representa uma grande política industrial para o país, com ganhos para a competiti- vidade das empresas. “Estamos diante da melhor e mais profunda política industrial dos últimos anos. O 5G pode alterar a pro- dutividade de nossas empresas, pois traz maior eficiência. O que nós não estáva- mos conseguindo por outras vias pode vir por meio dessa tecnologia”, prevê Calvet. Ter condições de competir com empre- sas internacionais e participar da cadeia mundial de valor de negócios também é des- tacado como uma vantagem da rede 5G por José Borges Frias Júnior, diretor de estraté- gia e desenvolvimento de negócio da divi- são Digital Industry da Siemens. Ele, porém, considera que o potencial transformador da tecnologia 5G depende, também, de outros fatores. “Empresas têm belos projetos de au- tomatização e digitalização, mas dependem de infraestrutura de comunicação e conecti- vidade que não estão disponíveis. É preciso uma infraestrutura que viabilize uma base consistente, com troca confiável de infor- mações”, pondera o executivo. REDES PRIVATIVAS A tecnologia 5G também depende de um modelo regulatório diferente daquele exis- tente hoje para as demais redes de internet móvel. A Agência Nacional de Telecomuni- cações (Anatel) está avaliando soluções téc- nicas a fim de determinar qual espectro de radiofrequência será disponibilizado para o 5G. A agência deve realizar, no primeiro trimestre de 2021, um leilão para que ope- radoras possam comprar temporariamen- te o direito de uso dos espectros para for- necer os serviços de telefonia móvel. Especialistas veem como fundamen- tal que a Anatel destine, reserve e regu- lamente ao menos uma faixa de frequên- cia para o uso privado do 5G. É a chamada rede privativa, que necessita ter uma fai- xa de frequência específica para uso, com configurações próprias para a necessidade de cada empreendimento. Com esse tipo de rede, a própria empresa determinará a qualidade da cobertura e o tipo de ope- ração e será responsável pela segurança, velocidade e quantidade de seus equipa- mentos conectados. “São basicamente três benefícios prin- cipais das redes privativas: segurança da informação, sem uma intermediação das ▼ Fontes: Oficina da Net e European 5G Observatory (Observatório europeu do 5G)

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