Revista Indústria Brasileira

tecnologias como a inteligência artificial e a Internet das Coisas vêm promovendo na realidade industrial. FLEXIBILIDADE Outro destaque das novas diretrizes é que elas preveem uma maior flexibiliza- ção do ensino a distância, o que facilita- rá a formação de profissionais e vai ao encontro das necessidades cada vez mais evidentes de ampliar a oferta de cursos não presenciais. Pelas regras atuais, todas as instituições de ensino técnico e tecnológico são obri- gadas a oferecer pelo menos 20% de seus cursos em formato presencial. As novas di- retrizes modificam isso, permitindo que a complexidade e a especificidade de cada área tecnológica determinem o percentual de presencialidade na educação profissio- nal técnica de nível médio e na educação profissional tecnológica de nível superior. Permite, inclusive, que apenas a parte prá- tica seja realizada de modo presencial. A mudança acompanha a transformação das profissões frente à 4ª Revolução Indus- trial. Em decorrência da pandemia causa- da pelo novo coronavírus, a oferta de aulas a distância em cursos técnicos presenciais foi ampliada nos últimos meses e tem sido bem avaliada pelos estudantes. “A gente cursava a modalidade presen- cial e teve que migrar para o ensino a dis- tância. A princípio pensei que essa mudan- ça não daria certo, mas deu”, diz José Félix Sobrinho, estudante do curso Técnico em Eletrotécnica no SENAI do Distrito Federal. O instrutor do curso de manutenção automotiva João Paulo de Moraes, tam- bém do Distrito Federal, conta que é ne- cessário apostar na criatividade e na tec- nologia para migrar com êxito para essa nova realidade. “A gente explica todas as dinâmicas e o aluno consegue criar, mui- tas vezes, uma oficina virtual, e até mes- mo um procedimento com gamificação. Também usamos aplicativos para testes e avaliações”, explica João Paulo. EIXOS TECNOLÓGICOS As novas diretrizes curriculares tam- bém apresentam, pela primeira vez, áreas tecnológicas. Até então, o MEC trabalhava apenas com eixos tecnológicos para orga- nizar a educação profissional técnica e tec- nológica. Essa organização não retratava o conjunto de segmentações neles inserido. Com o desdobramento em áreas, quan- do essa necessidade for identificada, será possível garantir maior identidade das ofertas de cursos com o setor produtivo, a partir do desenvolvimento de cursos customizados e mais aderentes às tecno- logias de cada setor. A nova classificação vai possibilitar que as instituições de en- sino criem cursos específicos direciona- dos a um determinado segmento, como o SENAI faz há muitos anos. Dessa forma, há um estímulo à imple- mentação de itinerários formativos flexí- veis que contemplem a articulação de cur- sos e programas, inclusive os programas de aprendizagem profissional. ■ ▲ Fonte: CNI Maior agilidade para a criação e atualização de cursos Flexibilização da educação a distância Reconhecimento e valorização do conhecimento docente Criação de eixos tecnológicos específicos para guiar cursos Integração de toda a educação profissional e tecnológica O QUE DEVE MUDAR COM AS NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES 45 Revista Indústria Brasileira

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