Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 35 | setembro 2019

saúde das pessoas custa muito menos do que fazer tratamentos caros com quem já está doente. Ou seja, cuidar da população como um todo traz resultados na conta final e, nesse aspecto, a indústria tem uma tradi- ção de realizar esse tipo de cuidado. Então seria trazer essa experiência para o siste- ma de saúde suplementar”, explica Ogata. Para ele, o primeiro passo é conhecer e avaliar a condição de saúde de cada tra- balhador e, a partir daí, realizar um acom- panhamento para manter a saúde adequa- da. Isso pode ser feito dentro da empresa, com programas de atenção primária, mé- dico de família em centros de medicina de atenção primária ou, ainda, com uso de tecnologia, com a telemedicina. A gestão da informação também é pri- mordial para alcançar bons resultados no sistema de saúde. “O cidadão, o contratante ou a empresa precisam ter acesso às informa- ções. A pessoa temque ter um sistema pesso- al de informação, tipo umprontuário para sa- ber sobre seus exames, quando fez, para que não fique fazendo exames repetidos e des- necessários. Da mesma maneira, a empresa contratante precisa ter um painel de dados para saber quais são os prestadores que co- bram preços muito acima do valor de mer- cado. Então o primeiro passo é ter acesso à informação para, assim, tomar medidas ge- renciais. Isso não é fácil, mas traz resultados a curto prazo”, afirma o pesquisador da FGV. Emmanue l La c e rda , do SES I , complementa: “é importante, ainda, que os dados disponíveis sejam “transportáveis” de forma ágil para diferentes tipos de pla- taformas. Isso possibilita uma gestão volta- da para a prevenção de doenças”, destaca o gerente-executivo. SIMPLES E EFICAZ O diretor-executivo do Centro de Treina- mento Edson Bueno, Charles Souleyman, destacou, recentemente, a necessidade de tornar o processo de atendimento aos pa- cientes mais simples e eficaz. “Temos que cuidar para que a qualidade não se confun- da com a complexidade”, disse, durante en- contro do Fórum Saúde Digital e Sustentabili- dade , promovido pelo Instituto Coalização Saúde, emmaio, em São Paulo. Segundo Sou- leyman, a transformação do sistema de saúde suplementar passa pela educação das pesso- as, que precisam ser esclarecidas de que to- dos, inclusive eles próprios, pagam a conta da incorporação de benefícios no sistema. O presidente do Icos, Cláudio Rottem- berg, por sua vez, reforçou, durante o even- to, a importância da educação para melho- rar decisões cotidianas sobre saúde dos indivíduos, como na ingestão de alimen- tos. “O papel central não está em tecnolo- gia, que é algo para melhorar o processo, mas em mudanças de comportamento, in- clusive dos médicos, em cuidar mais das pessoas e não das doenças”, disse. ■ SAÚDE SUPLEMENTAR E A A indústria é responsável pelo financiamento de 22% dos planos de saúde no Brasil. São 10,2 milhões de beneficiários. Há dois anos, SESI e CNI coordenam o Grupo de Trabalho em Saúde Suplementar (GTSS), que tem a participação de 68 empresas. Em oito anos, o índice de variação do custo médico hospitalar (VCMH) aumentou 238%, quase quatro vezes mais que o IPCA (72%). 45 Revista Indústria Brasileira

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