Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 34 | agosto 2019

Brasil: como aproveitar uma crise O país do futuro é agora PEDRO ROCHA VIEIRA ▲ Co-Founder & CEO da Beta-i ▶ A opinião de articulistas convidados não necessariamente reflete à da CNI. ▼ Outra visão QUANDO falamos em desenvolver, de forma estrutural, uma estra- tégia de inovação e empreendedorismo, é importante olhar para três grandes focos estratégicos: 1) ecossistemas regionais; 2) ino- vação corporativa; e 3) investimento e capital de risco.  O Brasil é uma das maiores economias mundiais e conta com São Paulo em oitavo lugar no ranking de cidades globais. Outras ci- dades como Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro já têm ecossistemas que podem ser acelerados apostando em talento, capacitando em- preendedores, criando hubs e espaços que promovammassa críti- ca e organizando eventos e meetups.  A indústria brasileira – com alguns setores de referência – pode, também, se beneficiar de uma estratégia de inovação que coloque o Brasil como referência global. Apesar dos incentivos fiscais à ino- vação interna – como a Lei do Bem e a Lei da Informática – , ainda é necessária uma reforma ao nível laboral e fiscal, um pensamen- to mais global e menos protecionista, uma maior cultura de ino- vação e cocriação e uma maior ligação ao corporate venturing e ao capital de risco.  O capital de risco é, também, determinante para acelerar as es- tratégias regionais e organizacionais de inovação, sendo funda- mental a promoção de melhores práticas e de uma indústria mais aberta e transparente.  Apesar do crescimento dos incentivos fiscais e do aumento subs- tancial do volume de capital de risco existente no país, a verdade é que ainda existem algumas regras que penalizam os investidores e afastam potenciais parceiros.  Chegou, por isso, o momento de o Brasil apostar, de forma fir- me e determinada, em estratégias de desenvolvimento regionais, de inovação corporativa e investimento de capital de risco conse- quentes, inseridas em redes globais e baseadas emmetodologias e processos maduros focados em resultados e em impacto. Progra- mas mais internacionais de inovação aberta, focados no desenvol- vimento e na implementação de pilotos no core do negócio das em- presas, são um dos caminhos.  Mais ainda, num momento em que os temas da sustentabilida- de e da boa gestão dos recursos do planeta são cada vez mais uma preocupação com uma clara dimensão econômica, o Brasil tem muito mais a favor do que contra para poder dar a volta por cima. É preciso pôr de lado as divergências cotidianas e colocar, de uma vez por todas, os olhos e as mãos para criar o futuro hoje.  ■ 46 Revista Indústria Brasileira ▶ agosto 2019

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