Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 32 | Março 2019

como “superior”. Se os docentes são de ci- ências humanas e sociais, a avaliação “su- perior” foi ainda melhor, de 91,8%. O processo de ensino e aprendizagem também foi ressaltado, sendo que o ma- terial didático, a metodologia e o diálogo entre alunos, professores e coordenação pedagógica foram vistos como superiores para mais de 70% dos estudantes. A infraes- trutura das escolas também colaborou para a percepção positiva do novo ensino mé- dio. Laboratórios de informática, salas de aula, bibliotecas, salas de robótica e as sa- las SESI matemática foram os espaços mais bem avaliados, com 69% das respostas in- dicando um nível “superior”. O estudante Joel Robson Macedo Ma- rinho, de 15 anos, participou da primei- ra turma do novo ensino médio na Escola SESI Euzébio Mota de Alencar, em Forta- leza (CE). Ele conta que queria fazer o en- sino médio junto com o técnico para ter uma profissão. Encontrou no SESI a pro- posta ideal para experimentar o currículo do novo ensino médio. O jovem conta que a mãe ficou receosa com o modelo adota- do pela escola, tanto que o obrigou a estu- dar no SESI e em uma escola pública. “No começo, eu fiquei nas duas escolas, até que eu comecei a falar para a minha mãe que o SESI tinha tudo que eu precisava e ela con- cordou que eu ficasse somente lá”, lembra. O professor Francisco Eurivan Cos- ta Filho, da área de linguagens e suas tec- nologias na turma do novo ensino médio da Escola Euzébio Mota, considera que a mudança no modelo educacional está no caminho de modernizar o ensino. “Esta- mos no século XXI e não podemos educar como no século XVIII. Agora os meninos são protagonistas do processo de aprendi- zagem”, diz. PARCERIAS Embora esteja atualmente trabalhando em parceria com o SESI, o SENAI está pre- parado para oferecer o itinerário de forma- ção técnica e profissional para todo o país, tanto em escolas públicas quanto privadas. Algumas escolas de redes particulares já estão em negociação com o SENAI. Dife- rentes modelos de parceria podem ser fei- tos, desde os que oferecem os modelos di- dáticos àqueles que oferecem professores e infraestrutura. Segundo Felipe Morgado, gerente-exe- cutivo de educação profissional do SENAI, a instituição já capacitou 42 curriculistas para adequar o conteúdo dos cursos téc- nicos ao novo ensino médio. Além disso, 86 professores estão disponíveis em todo o Brasil e são capazes de atender 60 mil matrículas. ■ Os alunos têm 1.800 horas de formação geral básica, orientada pela BNCC, e até 1.200 horas de itinerários formativos como aprofundamento de estudos. Os estudantes podem fazer mais de um itinerário durante o ensino médio, de forma simultânea ou subsequente. Podem, ainda, mudar de itinerário ao longo do curso. Os itinerários possíveis são: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional. No itinerário de formação técnica profissional, as redes podemoferecer cursos técnicos , que costumamdurar de um a três anos, ou de qualificação, com duração média de três meses. Cada município temque oferecer pelomenos dois dos cinco itinerários previstos. 45 Revista Indústria Brasileira

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