Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 31 | Março 2019

▼ Competitividade “Tivemos um avanço excepcional no go- verno anterior (Michel Temer) com as con- cessões e os leilões de infraestrutura. Houve uma continuação no governo Jair Bolsona- ro e isso é um fator muito positivo”, afirma Wagner Cardoso, gerente-executivo de Infraestrutura da Confederação Na- cional da Indústria (CNI). Segundo ele, o maior benefício das concessões será o aumento de efici- ência da economia. O economista Armando Castelar, da Fundação Getú- lio Vargas, no Rio de Janeiro, também destaca a decisão do governo Bolsonaro de manter o PPI. “O fato de haver conti- nuidade é fantástico porque aproveita um trabalho que já vinha sendo feito e dá também uma certa seguran- ça de regras. Se mudasse, exigiria toda uma nova avaliação, toda uma necessidade de re- posicionamento dos investidores”, diz ele. Com a nova rodada de concessões, a ini- ciativa privada passará a responder por 70% do movimento de passageiros nos aeropor- tos do país. Dez aeroportos brasileiros já são administrados pela iniciativa privada e ou- tros 12 foram concedidos no último dia 15 de março em leilão muito bem sucedido, com ágio médio de 986%. Até então, 56% dos pas- sageiros que circulavam pelos aeroportos brasileiros estavam em equipamentos ad- ministrados pelo setor privado. As novas concessões foram divididas em três blocos: Nordeste, Sudeste e Centro-O- este.“Fazer as concessões em blocos é uma maneira inteligente de seguir adiante nas privatizações dos ativos da Infraero”, ava- lia o economista Cláudio Frischtak, sócio da Consultoria Inter B. Segundo ele, a combinação da venda da concessão de aeroportos mais importantes com aqueles de natureza regional é uma de- cisão acertada. “Diante de uma crise fiscal de grandes proporções, deixar a Infraero apenas com os ossos, sem ter receita para administrar os aeroportos regionais, seria muito ruim”, afirma. Frischtak lembra ainda que há oportunidades de negócios na con- cessão de aeroportos estaduais. De uma maneira geral, as privatizações e concessões tendem a melhorar a qualida- de dos serviços que são oferecidos. Há no- vas instalações e uma expansão dos serviços oferecidos à população, que gera um ciclo virtuoso com a atração de novos investimen- tos. Entretanto, os marcos regulatórios pre- cisam ser desenhados com precisão para es- timular esse processo. “Nós precisamos de infraestrutura e de uma logística mais eficiente, com preços mais adequados. Manter o programa foi po- sitivo, mas precisamos também de ajustes regulatórios”, afirma Luiz Baldez, presiden- te da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT). Segundo ele, são necessárias mudanças nas concessões no setor de ferrovias e rodovias. O fato de haver continuidade é fantástico porque aproveita um trabalho que já vinha sendo feito e dá também uma certa segurança de regras” ▲ Armando Castelar professor da Fundação Getúlio Vargas (RJ) PROJETOS EM ANDAMENTO DEVEM GERAR MAIS DE R$113,6 BILHÕES EM INVESTIMENTOS 32 Revista Indústria Brasileira ▶ março 2019

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