Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 30 | Fevereiro 2019

Almeida, 21 anos, foi o campeão nacional de eletricidade industrial. Estudante do SENAI de Bauru, ele sabe da responsabili- dade de representar o Brasil. “Assim que eu entrei no Senai, eu via o pessoal treinando para a WorldSkills e me perguntava: ‘será que um dia eu consigo?’. Agora estou aqui com esse desafio”, afirma, feliz e ansioso. SAUDADES DA FAMÍLIA Para Felipe, o mais difícil dessa etapa não é a jornada intensa, mas ficar semanas sem ver a família. De janeiro a agosto se- rão vários módulos de treinos e, nos inter- valos, os competidores voltam para a casa. “A rotina é de atleta, como a de um jogador de futebol. O treinamento é extremamen- te focado e planejado, não só na parte téc- nica, como no emocional, na alimentação e na saúde”, descreve. Nesse primeiro ciclo, de 14 a 28 de ja- neiro, Felipe está tendo a oportunidade de ser treinado por ummedalhista de ouro da WorldSkills de 2017, Lucas Fernando de Oli- veira Santos, de 21 anos, vencedor na ca- tegoria controle industrial. Natural de São João del-Rei (MG), localizada a 185 km da capital Belo Horizonte, Lucas conta que passou os três anos anteriores à WorldSkills pensando no torneio. “Depois que consegui ◀ Medalhista de ouro, Lucas (esquerda) agora treina Felipe, um dos nomes fortes para Kazan 2019 F: divulgação o ouro, eu tinha chegado onde eu queria, aí foi o momento de traçar novas metas”, lembra. Após conquistar a medalha, Lucas ganhou uma bolsa do Senai para cursar en- genharia elétrica, conseguiu um emprego e agora é treinador da WorldSkills . “Quando você é competidor, você rece- be os desafios e os executa. Quando você vira treinador é que você tem a dimensão de todo o planejamento envolvido, as me- tas, os aspectos a melhorar… É mais traba- lho e responsabilidade”, diz o jovem, já es- pecialista na competição. Nascido em Estância (SE), Gabriel Vieira, 15 anos, é o caçula da equipe brasileira. Ele vai disputar o mundial na categoria Arte 3D Digital para Games . “Eu sempre gostei de de- senhar. Mas só fazia aqueles quadrinhos fei- nhos. No ano passado, o pessoal do Senai foi até a escola, aí comecei a fazer o curso técni- co e aprendi a desenhar em 3D. Agora estou aqui”, conta. “Minha expectativa de poder competir com os gringos e conhecer outras culturas é enorme. Antes eu representava o Sergipe, um estado de 20 mil km² e pouco mais de 3 milhões de habitantes. Agora eu posso ser o representante do maior país da América Latina”, conta, orgulhoso. Após a competição, Gabriel pretende cursar facul- dade em São Paulo e desenhar um jogo de videogame com a saga de Lampião. ■ 45 Revista Indústria Brasileira

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