Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 31 | Março 2019

Professor-visitante da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, o engenhei- ro Humberto Ribeiro, sócio da consultoria Epicentro, afirma que “a economia já está vi- vendo uma nova revolução industrial e isso precisa ser interpretado num contexto mais amplo do que a palavra indústria temna con- ceituação para nós em português”. Segun- do ele, a revolução industrial, quando dita em inglês ou outros idiomas, representa uma transformação nas cadeias de produção e não apenas no processo de manufatura. APRENDER SEMPRE Para estar preparado para essa nova re- volução industrial, segundo Nana Lima, só- cia da Think Eva e diretoria de educação da Think Olga, é preciso ter uma capacidade de adaptação rápida às mudanças. “Quem não estiver aberto a se adaptar rapidamen- te terá dificuldades em sobreviver no futu- ro. Hoje o aprendizado é constante”, diz ela. Uma outra coisa importante segundo a em- preendedora é que “independentemente do que você faz profissionalmente, é preciso aprender o tempo todo, se atualizar, olhar para novas formas de fazer o que você já faz”. “Esse constante aprendizado é crucial para sobreviver no mercado de trabalho”, afirma Nana Lima. Formada em design pelo SENAI, Carla Bona tem a mesma opinião: “Acho que a ca- pacidade de lidar com as mudanças em uma velocidade com a qual a gente não consegue mais se preparar ou se antecipar é essencial para o novo mercado de trabalho. Eu falo pela minha própria profissão. Eu passei uma vida toda estudando a construção de experi- ências através de interfaces que tinham bo- tão, cor, tipografia e ícones. Era um trabalho baseado em como construir uma tela, mas hoje já tem o mercado da interface conver- sacional, aplicativos de assistente pessoal, como a Siri e a Alexa”. GERAÇÕES DE EMPREGOS Ela diz que “a profissional do futuro é uma pessoa que vai ter que se adaptar cada vez mais rápido às mudanças, porque você não vai conseguir se preparar para a mudança de emprego, por exemplo. A gen- te sempre vai falar ‘o tal emprego está aca- bando’, mas os empregos sempre acabaram se você for olhar a história da humanida- de como um todo. A grande questão agora é que eles acabam quando a gente não tem tempo de se antecipar e se preparar para isso. Então eu acho que o importante é li- dar com a mudança”, afirma. Na opinião de Regina Madalozzo, profes- sora do Insper, o futuro do trabalho já está quase no presente. “Acho que a gente vai ter cada vez mais trabalhos que são mais flexí- veis do ponto de vista do local de realização das tarefas e vai ser um emprego que cada vez mais vai exigir um contato muito gran- de com novas tecnologias. Não necessaria- mente você vai ter que ser o fabricante da nova tecnologia, mas você certamente será um usuário dela para desempenhar bem a sua função. Então acho que esse é o futuro do emprego que a gente está discutindo”. O fato de as pessoas precisarem cada vez mais de habilidades na informática, D O E M P R E G O , SEGUNDO O FÓRUM ECONÔMICO MUNDI AL (Algumas tendências que devem impactar os negócios até 2022) T E N D Ê N C I A S P O S I T I V A S Maior uso de Big Data Avanços na inteligência artificial Avanços na internet móvel T E N D Ê N C I A S N E G A T I V A S Ameaças cibernéticas Restrições à migração de talentos Sociedades cada vez mais envelhecidas X ▼ Fonte: Future of Jobs Survey 2018, Fórum Econômico Mundial 11 Revista Indústria Brasileira

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