Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 3 | nº 28 | novembro 2018

CARTA AO LEITOR O presidente eleito Jair Bolsonaro terá muitos desafios pela frente. No Congresso Nacional, precisará unir uma base de apoio legislativo em torno do recém-surgido Partido So- cial Liberal (PSL), que tinha um deputado federal em 2014 e, quatro anos depois, elegeu 52 deputados e quatro senado- res. Na Esplanada, Bolsonaro terá que dar sentido de urgên- cia ao novo ministério que está formando, agora com núme- ro menor de ministros. Nas ações de ponta, precisará atuar sobre a segurança, a saúde, a educação e diversas outras áreas importantes. Entretanto, seu maior desafio neste mo- mento é justamente escolher entre as prioridades. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), contudo, as ações mais urgentes são aquelas que darão ao setor público equilíbrio em suas contas e as que podem melhorar o ambien- te de negócios para que o país recupere a trilha do crescimento econômico e da geração de empregos. Afinal, sem crescimento econômico, há reduzido espaço para iniciativas governamen- tais. Entre essas ações prementes, a prioridade das prioridades é a reforma da Previdência, que vem produzindo sucessivos rom- bos fiscais que crescem exponencialmente e prometem bloque- ar a execução orçamentária de investimentos e políticas públi- cas tão logo seja atingido o teto de gastos federais. Com base em estudos, análises e consultas à base industrial, a CNI elaborou um conjunto de sugestões do setor para contri- buir com o debate sobre o que é mais prioritário neste momen- to. Os primeiros meses de governo são conhecidos na ciência política como “lua de mel” do presidente com os demais Pode- res e com a opinião pública e lhes confere melhores condições de aprovar mudanças regulatórias no Legislativo e iniciar polí- ticas públicas mais ambiciosas. A visão da CNI é compartilhada por diversos analistas e con- sultores ouvidos na reportagem de capa desta edição. “A priori- dade total é a reforma da Previdência”, resume Sérgio Vale, eco- nomista da MB Associados. Entrevistado especial, o ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo concorda. Ele acre- dita que o futuro governo vem dando sinais positivos na econo- mia, mas diz que é preciso aprovar logo uma reforma da Previ- dência que recupere a confiança de empresários e consumidores. Neste número, também são destaque os sinais de que as equipes econômicas do atual e do futuro governo cogitam adotar uma equivocada redução unilateral de tarifas comerciais, a tra- jetória exitosa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – modelo de órgão regulador no país –, e a metodologia inovadora adotada pelo Serviço Social da Indústria (SESI), que une ciência e tecnologia em busca de um ensino mais atraente e efetivo. Boa leitura!

RkJQdWJsaXNoZXIy MjE3OTE0