Revista Indústria Brasileira

35 Revista Indústria Brasileira educacional da população e o desenvolvi- mento de tecnologias que contribuem para a solução de problemas como saneamento básico, saúde, longevidade, poluição, pro- dução de alimentos e mitigação dos efeitos climáticos. Dessa forma, cria-se um ciclo virtuoso no qual as pessoas são educadas e aumentam o poder de inovação de um país, gerando novos negócios e tecnologias que, por sua vez, aumentam emprego e renda. Uma das possíveis consequências da pan- demia de Covid-19 é o aumento do prote- cionismo. Caso isso ocorra, a capacidade de inovação do Brasil será afetada? Podem ocorrer impactos devido à diminuição de in- tercâmbio de tecnologias, conhecimento e mesmo de insumos básicos. A redução des- sas trocas entre os ecossistemas de inova- ção pode ser prejudicial não somente para o Brasil, mas para todas as nações, e incidir na capacidade global de inovação. Em relação ao setor industrial, o que po- demos vislumbrar para os próximos anos? Embora passemos por ummomento de in- certezas na economia e nos ambientes polí- tico e institucional, nos últimos anos temos experimentado evoluções importantes nas políticas públicas, na transformação digital e no setor privado. Fatores como a queda da taxa de juros, a evolução dos ecossiste- mas de startups e a aprovação de políticas públicas, como o marco legal das startups, devem favorecer a criação de novos negó- cios e tecnologias. Isso deve potencializar a inovação nas indústrias tanto em relação a novos negócios, especialmente nas áreas de telecomunicação, saúde, fintech e agro- tech , como no aumento da produtividade pelo uso e disseminação de recursos como Internet das Coisas (IoT), inteligência arti- ficial e plataformas digitais. Há algo que possa nos favorecer apesar das incertezas do momento? A criação de um país competitivo e desenvolvido de- pende de todos os atores do ecossistema de inovação. Temos, no Brasil, diversas for- ças que devem ser utilizadas e potencializa- das, como nossa criatividade e flexibilida- de, o potencial da nossa natureza e a base científica e industrial que já construímos. O nosso sucesso reside na força conjunta, persistente e ousada dos governos, das em- presas, das universidades, dos investidores e dos empreendedores, alavancado o que temos de melhor e único. ■ ◀ Brasil deve apostar na sua capacidade criativa e flexível para ser mais competitivo, diz o professor da Fundação Dom Cabral

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