Revista Indústria Brasileira

Laércio Oliveira afirma que a nova lei permitirá à indústria voltar a aquecer sua atividade produtiva e competir em melho- res condições. “A indústria brasileira de- pende muito do gás. Não queremos mais ouvir notícias de que empresas estão fe- chando por falta de competitividade. Que- remos potencializar as nossas indústrias para que o benefício chegue a toda a socie- dade brasileira”, defende o deputado, que estima que o botijão de gás terá uma redu- ção de preço em torno de 30% nos próxi- mos quatro anos com a Nova Lei do Gás. Para Paulo Pedrosa, presidente da As- sociação Brasileira de Grandes Consumi- dores Industriais de Energia e Consumi- dores Livres (Abrace), o texto consolida mudanças e dá segurança para investi- mentos, seja para atrair novas indústrias consumidoras do gás ou das novas insta- lações, que vão fazer o insumo chegar aos consumidores. “É um projeto moderniza- dor, suficiente e necessário para um novo ciclo do país”, resume Pedrosa. Outro ponto relevante do texto são as regras para o modelo concorrencial, que irá substituir o modelo monopolista, como destaca a especialista em energia da CNI Ju- liana Falcão: “O texto determina que a Pe- trobras abra a infraestrutura de escoamen- to e processamento de gás para acesso de terceiros e a lei vai dar a segurança jurídica necessária para isso. São regras claras so- bre como o mercado aberto e competitivo tem que funcionar”. CONSUMIDOR LIVRE Segundo Pedro Teixeira, vice-presiden- te da Ternium Brasil, um aspecto importan- te da nova lei é o estímulo ao uso mais in- tenso do gás natural pelo setor industrial e a figura do consumidor livre. “Acredita- mos que a entrada de novas empresas nos diversos segmentos da cadeia produtiva do gás deve fazer também com que aconteça uma oferta maior de gás”, prevê o executi- vo da Ternium, uma das maiores siderúr- gica da América Latina, com operações em países como México, Argentina e Estados Unidos, além do Brasil. Pedro Teixeira lembra que, quando se fala em consumo industrial, a figura do consumidor livre, que está na nova legis- lação, é de fundamental importância. “É a possibilidade de grandes consumidores comprarem diretamente o gás e pagarem uma tarifa diferenciada, seja pelo transpor- te ou pela distribuição, fazendo um para- lelo com o que já acontece com muito su- cesso no setor elétrico”, explica. Em outras palavras, os grandes consumidores indus- triais estariam no mercado livre, compran- do e vendendo gás, e não precisariam ser O mercado de gás no Brasil e expectativas de abertura Atualmente, são cerca de 9 mil km de gasodutos de transporte e boa parte está ociosa O Brasil pode crescer mais de 1% ao ano com regras mais competitivas A indústria é responsável por 50% do consumo de gás A oferta de gás pode dobrar até 2040 32 Revista Indústria Brasileira ▶ setembro 2020 ▼ Competitividade

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