Revista Indústria Brasileira

Outro diferencial do SENAI é a capacita- ção dos docentes, que são treinados para le- cionar em Libras, em braile, com auxílio de audiodescrição ou com o uso de informáti- ca para deficientes visuais, entre outros re- cursos de inclusão educacional. Segundo a gestora nacional do PSAI, Adriana Barufaldi, há uma consolidação das políticas públicas inclusivas no Brasil. “O que a gente percebe é que as instituições, escolas e empresas têm gerado o desenvol- vimento de uma cultura, ou seja, a inclusão não ocorre somente por força legal”, diz ela. TECNOLOGIAS INCLUSIVAS O Sistema Indústria investe em diferen- tes ações para fomentar a inclusão no mer- cado de trabalho. Um exemplo é o Portal da Inclusão , da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC). A plata- forma conecta pessoas com deficiência que procuram trabalho a empresas que querem contratar. Além das oportunidades de em- prego, o portal oferece informações sobre eventos, serviços e cursos. No Paraná, o Serviço Social da Indús- tria (SESI) conta com serviços para apoiar as pessoas com deficiência que buscam emprego e empresas que precisam fazer as adequações necessárias com base na nor- ma técnica NBR 9050, que trata da acessibi- lidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Uma outra grande novidade, lançada no ano passado, é o aplicativo SENAI Libras. O aplicativo traduz e interpreta mais de 700 termos técnicos da educação profissional e padroniza os sinais do ensino técnico e da indústria. Os sinais foram criados por do- centes e instrutores de todo o país e vali- dados por instituições que representam a comunidade surda e por especialistas de universidades federais. Os termos do glos- sário são de sete áreas tecnológicas. “O aplicativo não é apenas uma reunião de termos. Só na área tecnológica de gestão, a gente teve que criar e validar 70% dos si- nais”, destaca a interlocutora do PSAI de Mi- nas Gerais, Fernanda da Mata. DESTAQUES NO ESPORTE O SESI também atua com ações inclu- sivas no esporte. Em Maceió, um projeto de reabilitação que começou tímido, com menos de 15 alunos e que duraria apenas seis meses, completa 18 anos como refe- rência nacional. O Programa SESI Pessoas com Deficiência (PSPCD) atende atualmen- te, e de graça, 250 pessoas, de crianças a idosos, e tornou-se um amplo projeto de lazer e formação de atletas de futebol, na- tação e basquete. Prova disso foram as sete medalhas con- quistadas pelos alunos João Eduardo e Plí- nio Hugo, ambos de 15 anos, nas Paralimpí- adas Escolares 2019 , promovidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo. Foi no projeto do SESI, coordenado pelo pro- fessor de educação física Pablo Lucini, que Plínio aprendeu a nadar e, graças à reabili- tação, finalmente também começou a andar. Lucini se emociona ao falar sobre as conquistas de seus alunos. “O segredo para o sucesso é oferecer oportunidades, de qualidade, às pessoas. Nosso principal objetivo é motivar, porque todos têm po- tencial”, garante. ■ ▲ Destaques de inclusão no esporte são João Eduardo e Plínio Hugo, de Maceió, que conquistaram sete medalhas nas Paralimpíadas Escolares 2019 , sob a orientação do professor Pablo Lucini 45 Revista Indústria Brasileira

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