Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 38 | outubro 2019

Uma homenagem a produções marcantes do cenário nacional RODRIGO BUENO ▲ * Rodrigo Bueno foi um dos vencedores do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas 2019 ▶ A opinião de articulistas convidados não necessariamente reflete à da CNI. ▼ Outra visão INICIATIVAS como o Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas , assim como outras similares, contribuem para incentivar a produção e a visibilidade de artistas em atividade no país, bem como para homenagear produções marcantes do cenário nacio- nal. Também considero o prêmio um reconhecimento da obra do ar- tista e do trabalhado desenvolvido, que funciona, ainda, como um in- centivo à continuidade da pesquisa e da produção artísticas. O estímulo a exposições em diversas capitais é uma oportunida- de única de difundir obras nas quais é difícil ter um alcance de forma tão expandida durante a heroica simultaneidade de um ano. Permite não só que os trabalhos selecionados ampliem o conhecimento sobre os artistas, mas, principalmente, que sua obra chegue a um número maior de pessoas, contribuindo para ampliar o acesso às artes plásticas. O cuidado do prêmio Marcantonio Vilaça em oferecer o apoio de um(a) curador(a) a critério do próprio artista realmente é um privilé- gio a aprimorar narrativas, a fim de consolidar um corpo de obra vivo e dinâmico e permitir um relacionamento de experimentação e pes- quisa em um intercâmbio de análise e cultivo de pontes de comunica- ção. Esse olhar externo contribui para um questionamento constante entre o artista e o curador e também com sua própria obra. A visibilidade proporcionada pelo prêmio certamente valida o in- teresse maior da nossa produção em vários aspectos. Entre eles, é fun- damental destacar a associação da indústria à tecnologia e à criativida- de, fatores essenciais ligados ao constante movimento de renovação de linguagens e sensibilidades, que constituem a engrenagem da pro- dução e o alcance das artes na fertilidade de soluções para desafios cotidianos. Muitos estão ligados às urgências da contemporaneidade, como fomentar o desvelar de outras narrativas históricas, ampliando estratégias na educação, a exemplo da descolonização do pensamen- to ao garantir afetividade e pertencimento aos territórios criativos. Afinal, as artes carregam legados simbólicos, práticos e trans- cendentes, que comumente antecipam linguagens futuras, ao mes- mo tempo em que reivindicam memórias e dívidas abertas à nos- sa compreensão das possibilidades humanas. São legados que, por meio das visitas feitas à exposição, que circula pelas diferentes re- giões do país, podem oferecer temas que ajudem as pessoas a refle- tir sobre elas e sobre o Brasil. No meu caso, posso salientar a inclusão de práticas e elementos ancestrais, que se projetam enquanto questionamentos e celebrações do caminho de reencontro do ser humano com o seu entorno, liames que cotidianamente tecem nossa identidade integrada ao que chama- mos de natureza. ■ 46 Revista Indústria Brasileira ▶ outubro 2019

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