Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 32 | Março 2019

A FALTA de conhecimento e de trabalhado- res qualificados, além do alto custo de im- plantação, é um dos principais obstáculos para a utilização da manufatura enxuta nas indústrias do país. É o que aponta a Sonda- gem Especial Manufatura Enxuta na Indús- tria de Transformação Brasileira , divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no início de abril. Também conhecida como Sistema Toyota de Produção, a manufatura enxu- ta abrange as melhores práticas de gestão aplicadas em processos produtivos em todo o mundo. Segundo o levantamento da CNI, que ouviu 2.338 indústrias de transforma- ção em todo o país – sendo 913 pequenas, 883 médias e 542 de grande porte – há es- paço para aumentar o uso de ferramentas, técnicas e métodos de manufatura enxuta. De 15 técnicas associadas a esse tipo de produção, 34% das indústrias utilizam de 10 a 15 delas, ainda que de forma isolada. Outras 39% usam de quatro a nove técni- cas e 27% aplicam até três das 15 princi- pais técnicas. Segundo a economista da CNI Samantha Cunha, as técnicas de produção são deter- minantes para a competitividade. “Diante do desafio da indústria 4.0, a melhoria da gestão nas empresas se torna ainda mais relevante, pois é essencial eliminar perdas e enxugar processos”, destaca. O levantamento mostra, ainda, que as pe- quenas indústrias são as que menos usam as técnicas. Quase metade (49%) das empresas de pequeno porte utiliza até três técnicas, percentual que cai para 14% entre as gran- des empresas. Apenas 13% das pequenas in- dústrias usam dez ou mais técnicas de ma- nufatura enxuta, número que sobe para 50% entre as empresas de grande porte. “Os resultados mostram a importância da continuidade do programa Brasil Mais Produtivo , uma parceria do governo federal com o SENAI, que já atendeu 3 mil empre- sas e resultou em ganho médio de produ- tividade de 52%”, afirma o gerente-execu- tivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. INTENSIDADE TECNOLÓGICA O uso das ferramentas e das técnicas de manufatura enxuta é maior nos seto- res de média-alta intensidade tecnológi- ca. Na indústria de veículos automotores, 69% das empresas entrevistadas aplicam de 10 a 15 técnicas. No setor de equipamen- tos de informática e produtos eletrônicos, o percentual é de 50%. Entre as indústrias de máquinas, aparelhos e materiais elétri- cos, 48% das empresas utilizam de 10 a 15 ferramentas. Por outro lado, nos setores de média- -baixa intensidade tecnológica, o número de empresas que usam 10 ou mais técnicas fica próximo de 20%. Alcança 19% no se- tor de alimentos, 15% na área de biocom- bustíveis e 12% entre as indústrias de pro- dutos de madeira. ■ ◀ Fonte: CNI / Sondagem Especial Manufatura Enxuta na Indústria de Transformação Brasileira – abril de 2019 mais ut i l izadas pelas empresas brasileiras: Kaizen: Busca a melhoria contínua dos processos 5 º Mapeamento do fluxo de valor 4 º 56% Programa 5S 2 º 74% Trabalho padronizado 1 º 81% 57% Gestão visual 3 º 60% 37 Revista Indústria Brasileira

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