Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 30 | Fevereiro 2019

“O Brasil reconhece pouco a relevância do comércio exterior em sua história, ape- sar dos vários ciclos econômicos alinha- dos à exportação. Temos que rememorar como, em vários momentos, foi o comér- cio exterior que proporcionou uma saída para crises econômicas e permitiu movi- mentos anticíclicos que mitigaram a de- pendência do mercado interno”, enfatiza Barral, que é também conselheiro da Câ- mara de Comércio Americana (Amcham). Ele lembra que empresas que exportam ou produzem no exterior possibilitam alter- nativas em casos de crises internas, pois realizam investimentos fora do país. Além disso, ao estabelecer contato com competidores internacionais e disputar o mercado com eles, as exportadoras bra- sileiras são forçadas a inovar mais, pois precisam ficar a par das últimas novida- des do mercado mundial. Em suma, cada vez mais, o comércio exterior precisa ser ágil, eficiente e seguro. “Essa pesquisa vem num momento apropriado, em que um novo governo promete reduzir os gar- galos para a exportação brasileira. Os pro- blemas são conhecidos e nomeados pela pesquisa – o caminho é priorizar as me- didas e fazer as reformas necessárias”, re- sume Barral. ■ Os principais obstáculos para a exportação de produtos brasileiros, segundo as empresas exportadoras Porcentagem de empresas que declararam que o entrave “impactou muito” ou “impactou criticamente” seus processos de exportação Elevadas tarifas cobradas por portos e aeroportos 51,8% Dificuldade de oferecer preços competitivos 43,4% Elevadas taxas cobradas por órgãos anuentes 41,9% Custo de transporte doméstico 41% Baixa eficiência governamental para a superação dos obstáculos 39,4% Taxa de câmbio desfavorável às exportações 37,3% Proliferação de leis, normas e regulamentos 36,7% Custo de transporte internacional 39% ◀ Fonte: Pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras (CNI/2018). 35 Revista Indústria Brasileira

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