Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 30 | Fevereiro 2019

município, de dois a três meses oferecen- do diferentes tipos de cursos, seja na área de Alimentos, Mecânica, Elétrica, entre tan- tos outros. Depois, parte para uma outra ci- dade. “O SENAI faz uma pesquisa vocacional antes de desembarcar no município. Senta- mos com os prefeitos e levantamos as neces- sidades dos cursos que deverão ser minis- trados”, explica o diretor regional do SENAI do Amazonas, Rogério Pereira. As unidades fluviais do SENAI surgiram de uma necessidade específica da região: sem estradas conectando a maioria das ca- pitais a boa parte das cidades, como che- gar à população senão pelos rios? A pri- meira embarcação foi construída pelo SENAI, pela CNI e pelo Ministério do Tra- balho. Desde então, o programa oferece cursos gratuitos com um objetivo em co- mum: promover inclusão social e cidada- nia entre os ribeirinhos. Só no Amazonas são mais de 2 milhões de pessoas, meta- de da população do estado. INCLUSÃO O SENAI também é pioneiro na capaci- tação de pessoas com diferentes tipos de deficiência. O Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI) já qualificou mais de 200 mil pessoas em todo o país desde 2007. De- ficiente visual, o auxiliar administrativo Jo- natan Santos diz que um dos diferenciais das aulas oferecidas pelo SENAI é a quali- dade dos materiais adaptados para diferen- tes tipos de deficiência. “Facilita, e muito, nosso aprendizado”, conta ele, que estuda no SENAI do Rio de Janeiro. Além da adaptação de livros e aposti- las, o SENAI também investe na especia- lização de seus profissionais. No ano pas- sado, 300 docentes foram capacitados em braile e outros 300, em audiodescrição. “Toda e qualquer pessoa pode fazer um curso no SENAI nas 37 áreas tecnológicas. O PSAI atua na adequação de cursos, fer- ramentas e instrumentos para garantir a tecnologia assistiva considerando as ca- racterísticas de cada um”, explica Adriana Barufaldi, coordenadora do PSAI. Outra iniciativa de inclusão social bem- -sucedida do Sistema Indústria é a Educa- ção de Jovens e Adultos (EJA). Desde 1946, o SESI oferece a modalidade, que permite que jovens, adultos e idosos que não tive- ram acesso ao ensino na idade adequada possam retomar os estudos. Funcionário da Consciente Construtora, em Goiás, Luís Car- los Nogueira, 45 anos, parou os estudos na quarta série e, entre 2012 e 2017, conseguiu concluir o ensino médio numa sala de aula montada na empresa. “Se antes eu tinha ver- gonha até de falar meu nome, hoje me ex- presso bem e sou até presidente da Cipa (Co- missão Interna de Prevenção de Acidentes). Sou muito grato a essa parceria do SESI com a minha empresa”, conta. A EJA do SESI foi reformulada em 2017, passando a trabalhar com o reconhecimento de saberes prévios e um currículo conectado à realidade profissional dos alunos. O novo currículo prevê, ainda, 20% de aulas presen- ciais e 80% a distância, além da modalidade EJA Profissionalizante, ofertada em parceria com o SENAI. “Cerca de 48% dos trabalhado- res da indústria não têm a educação básica completa ou capacitação profissional. Com esse formato, conseguimos completar a es- colaridade do trabalhador em menor tem- po e oferecer também uma qualificação ao profissional do setor”, explica o gerente-exe- cutivo de Educação do SESI, Sérgio Gotti. ■ 200 mil matrículas de pessoas com deficiência no SENAI (2007-2018) 295 mil matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e na Nova EJA do SESI nos últimos 3 anos 4 milhões de pessoas beneficiadas com programas de segurança e saúde no trabalho por ano 50 mil indústrias atendidas pelo SESI 1,6 milhão de consultas médicas e 1 milhão de pessoas vacinadas em 2017 OUTROS PROGRAMAS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL 21 Revista Indústria Brasileira

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