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REVISTA
SESI/SENAI
EDUCAÇÃO
a marca da exclusão social. Nesse sentido, é
fundamental entender a EJA como direito e não
apenas como possibilidade de resgate da opor-
tunidade perdida, por culpa do aluno, incapaz
de aprender na época própria. Não cabemais o
argumento de suprir a escolaridade não obtida,
pois se trata de assegurar direitos iguais.
Esses sujeitos possuem uma bagagem de co-
nhecimentos adquiridos em outras instâncias
sociais que deve ser aproveitada, visto que a
escola não é o único espaço de produção e
socialização de saberes. A heterogeneidade é
consequência de aprendizagens e experiências
em diferentes contextos sociais, com seus con-
ceitos, crenças, valores, atitudes e procedimen-
tos, constituindo processos diferenciados de
aprendizagem, construção de conhecimentos
e formas de pensamento, e não diferentes po-
tenciais para a aprendizagem.
Vanilda Pereira Paiva diz que “a concepção
de aprendizagem para esses sujeitos jovens e
adultos, de qualquer nível de escolaridade, é a
base de estar no mundo.” É fundamental que
se perceba quem são esses sujeitos que estão
na nossa sala de aula, porque eles devemguiar
nossas proposições. A partir dessa descoberta
é que poderemos construir coletivamente uma
proposta pedagógica, para que os conteúdos
façam sentido, tenham significado, sejam ele-
mentos concretos na formação, motivando a
autonomia intelectual e contribuindo para que
esses estudantes se tornem sujeitos ativos do