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REVISTA
SESI/SENAI
EDUCAÇÃO
Segundo o professor, todos os indivíduos carregam uma bagagem cultural que
não foi aprendida na escola, mas em contextos informais, como na família ou
emgrupos de amigos. “A educação não formal contemplamétodos de aprendi-
zagem participativos, baseados na responsabilidade, autonomia e vivência de
cada formando”, explica Bordignon, ressaltando que, dessa forma, ela não só
vai ao encontro das necessidades e aspirações de cada um, como tambémpo-
tencializa o desenvolvimento de competências pessoais, artísticas e culturais.
Nesse sentido, para atender às características dos jovens e adultos que não
terminaram a escolaridade básica, as ofertas de educação devem ser as mais
diversificadas possíveis, seja nas metodologias, nos recursos, nos espaços e
tempos, de forma a serem adequadas à diversidade das situações dos traba-
lhadores da indústria. “Assim, ganha relevância o desenvolvimento de com-
petências de vida que permitam às pessoas compreender e participar na so-
ciedade do conhecimento, mobilizando através delas o saber, o ser e o saber
resolver os problemas com que o mundo atual, em mudança, as confronta
constantemente”, diz o professor, completando que, sendo o adulto/pessoa/
cidadão um construtor de conhecimentos em interação com a experiência, ca-
paz de desenhar seu projeto de vida, a formação deve levar em consideração
as diferenças em estilo, tempo, espaço e ritmo de aprendizagem nos recursos,
nos espaços e tempos, de forma a serem adequadas à diversidade das situa-
ções das pessoas.
Essa caracterização permite ao adulto fazer escolhas pessoais adaptadas às
suas características cognitivas e necessidades, levando-o a se responsabilizar
pelo desenho do seu próprio desenvolvimento, podendo, entre outros, plane-
jar, selecionar, ensaiar, arriscar, cometer erros, retificar e avaliar seu itinerário
educativo. “A concepção dos adultos enquanto desenhadores do seu desen-
volvimento pessoal e profissional será um construto com muitas possibilida-
des no processo da educação/formação ao longo da vida”, afirma Bordignon.
©MAREK MNICH/ISTOCKPHOTO