Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 32 | Março 2019

▼ Competitividade Melhorou, mas não muito CONDIÇÕES DE COMPETITIVIDADE DO BRASIL COM PRINCIPAIS CONCORRENTES NO COMÉRCIO INTERNACIONAL OSCILARAM POSITIVAMENTE, SEGUNDO ESTUDO DA CNI SOBRE 18 PAÍSES APESAR de algumas melhorias pontuais, o Brasil não consegue transformar significa- tivamente suas condições de competitivida- de. No ranking que compara 18 países nesse quesito, o país continua no penúltimo lugar, atrás do Peru e à frente somente da Argenti- na. Essa é uma das principais conclusões do relatório Competitividade Brasil 2018-2019 da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No grupo dos menos competitivos ainda es- tão Índia, Colômbia e Indonésia. Já no topo do ranking aparecem Coreia do Sul, Cana- dá, Austrália, China, Espanha e Tailândia. Realizado desde 2010, o ranking anual compara o Brasil com 17 países que aten- dem a pelo menos um destes critérios: com- pete diretamente com o Brasil no mercado mundial; é uma nação vizinha; possui di- mensões territoriais semelhantes à brasilei- ra; ou possui economia parecida com a nos- sa, a exemplo de Canadá e Austrália, cujas trocas comerciais são baseadas principal- mente em recursos naturais. Dentre os nove fatores – e 20 subfato- res – analisados para medir o poder que as empresas têm de enfrentar a concor- rência global, o Brasil mostrou recupera- ção em quatro itens, entre o relatório re- cém-divulgado e o anterior, de 2017-2018. Em ambiente macroeconômico, subiu da 18ª posição para a 16ª, graças à queda da inflação e da desvalorização do câmbio. O desempenho no fator “peso dos tributos” foi bom, mas mesmo assim manteve a 15ª colocação. Em ambiente de negócios, su- biu da 17ª para a 16ª posição, devido, prin- cipalmente, à diminuição no tempo para abertura de empresas. O maior avanço foi obtido em disponibilidade (oferta) e custo da mão de obra, graças a um aumento do crescimento da força de trabalho, o que gerou um salto da 10ª para a 6ª posição. Porém, apesar desse avanço, trata-se de vantagem que tende a se perder em longo prazo com a queda da população ativa. “Se não trabalharmos fortemente na produtividade dentro das empresas, não vamos sustentar essa vantagem, que depende de inovação, de qualificação e de melhoria da gestão”, explica o geren- te-executivo de Pesquisa e Competitivida- de da CNI, Renato da Fonseca. A pesquisa mostra, ainda, que o Brasil perdeu espaço considerável em tecnologia e inovação e educação devido à diminui- ção dos investimentos nessas duas áreas. Para subir no ranking e gerar mais empre- gos e mais renda para o país, é preciso tra- balhar todos os nove fatores concomitan- temente, com ênfase em algumas áreas prioritárias como a infraestrutura e a re- forma tributária, explica o gerente-execu- tivo da CNI: “São temas difíceis, mas que precisam avançar, a exemplo do sistema tributário que gera muita burocracia e dis- torções”, diz o dirigente. ■ 32 Revista Indústria Brasileira ▶ abril 2019

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