Revista da Confederação Nacional da Indústria | Ano 4 | nº 31 | Março 2019
“as questões ergonômicas principais para as quais deveremos estar preparados po- dem ser divididas em três grupos: impacto para os trabalhadores próprios das empre- sas, para os trabalhadores das empresas de tecnologia 4.0 e para os gestores”. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL No nível operacional, diz ele, o uso da in- teligência artificial “irá reduzir o efetivo e o pessoal próprio das empresas, com aumento dos contratos permanentes com empresas de tecnologia. A qualificação será conside- rada volátil, perecível. Com isso, os traba- lhadores terão que evoluir na mesma velo- cidade das empresas com tecnologia 4.0 se quiserem manter seus trabalhos”. No caso dos técnicos envolvidos com in- teligência artificial, segundo Araújo Cou- to, “o trabalho será intenso, denso e tenso, uma vez que dois dos pilares da tecnolo- gia 4.0 são a segurança das informações e a conectividade de sistemas”. Para o espe- cialista, nesse campo as jornadas de traba- lho serão irregulares, haverá teletrabalho e uma disponibilidade para atender a emer- gências”. Já os gestores precisarão de co- nhecimento técnico e gerenciar os diversos contratos com empresas de tecnologia 4.0. “Eu acho que o grande ponto é a gente saber todas as coisas positivas que estão vindo pela frente, mas também os riscos e os pontos negativos”, ressalta Maria The- reza Fleury, da FGV-SP. E nesse cenário há oportunidades para o Brasil aprovei- tar vantagens comparativas típicas de eco- nomias emergentes, complementa Paulo Feldman, da USP. “No século XXI, a onda da biotecnolo- gia será nossa grande chance. A biotecno- logia precisa de uma matéria-prima que é a biodiversidade. O conhecimento dos princípios ativos das plantas é que permi- tirá, por meio da biotecnologia, fabricar remédios, produtos agrícolas e cosméti- cos. E o Brasil tem a maior biodiversida- de do mundo, a da Amazônia. Portanto, a gente tem de saber usar melhor isso. E para isso precisamos formar pessoas para atuar nessa área”, propõe ele. Se não o fi- zermos, outros países o farão. ■ ▼ Fonte: Future of Jobs Survey 2018, Fórum Econômico Mundial 15 Revista Indústria Brasileira
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